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FUTUROS APOCALÍPTICOS & CRENÇAS UTÓPICAS


Desde que me conheço por gente, vejo filmes de ficção científica.Sempre imaginei um futuro sombrio onde a humanidade estaria sendo extinta por algum mal, vide clássicos como "Exterminador do Futuro" e "Blade Runner", onde são mostradas cenas ricas em detalhes de realidades apocalípticas, onde era tudo sempre escuro, tenso, um clima de incertezas e mortes rondavam a humanidade.


Sempre existia a presença de um déspota ou de um regime totalitário, no caso do "Terminator", a Skynet e seus robôs que se tornam tão inteligentes artificialmente que acabam atacando os “inimigos”, no caso, o planeta Terra tornando tudo um holocausto nuclear. Um outro belo exemplo de filme que retrata um futuro incerto é "Blade Runner", onde novamente as máquinas ou os Replicantes, indivíduos que convivem entre os homens com uma capacidade absurda de sentir e desenvolver comportamentos tipicamente humanóides, tão perfeitamente que muitas vezes nem percebem que são ciborgues.


Outros aspectos que chama atenção nesse clássico do Riddley Scott é a publicidade que está em toda parte, tornando tudo muito poluído e você não enxerga as pessoas ao redor, apenas tecnologia, máquinas, carros voadores e chuva, muita chuva e escuridão.


Um outro exemplo que sempre tenho em mente quando penso em futuros sombrios é o bom e velho "Mad Max", de George Miller, onde temos uma história atemporal em um deserto que parece não ter fim, como se a Terra tivesse sido transformada em pó, onde areia e o clima árido imperam numa volta à Idade Média, mas também pode ser interpretado como uma alegoria da atualidade, em que poucos controlam todos os recursos, onde as pessoas praticamente vivem em clãs e buscam sobreviver num lugar onde tudo é muito novo ainda e as pessoas não perceberam que estão em ruínas, que o tipo de sociedade capitalista já se mostrou insustentável, se mostrou auto destrutiva e sanguinária.


Sempre pensei e acredito piamente que o capitalismo não é sustentável, até o fim dos meus dias irei crer nisso, pois enquanto houver uma única criança morrendo de fome, não poderei corroborar com esse sistema injusto, falho e que para um ganhar outro necessariamente deve perder.


Tentamos e acertamos em Cuba um socialismo interessante, mas ainda temos a presença do Estado totalitário.Algo lindo e que funciona há muito tempo, mas será que com os bombardeios capitalistas do resto do mundo e principalmente dos ianques, conseguirão fazer Cuba resistir às investidas capitalistas mais cinquenta anos?Como será isso sem a “ditadura” dos Castro?


É uma bela indagação, será que a essência das pessoas que estão lá e nasceram lá já estão impermeáveis e eles compreenderam que a essência da humanidade é o altruísmo e que o dinheiro é algo supérfluo quando fazemos algo por amor e em prol de nossos semelhantes? Veja a melhor medicina do mundo, a cubana, onde a vocação é sempre a pauta em detrimento do lucro e do enriquecimento através da medicina.


Penso ser muito lindo tudo isso e Cuba para mim deveria permanecer em uma redoma de vidro, intocável, porém sabemos que o fim desse sonho em forma de ilha pode estar bem próximo, com essa dita “abertura”...


Algo em mim acredita que a humanidade somente irá perceber que o poder do "ter" é ilusório quando este poder ruir por si só.O capitalismo é um caminho tortuoso, individualista, fadado ao fracasso e ao egoísmo.O caminho reto é o altruísmo, chegamos assim aqui e não deveríamos ter mudado tanto.


O homem talvez só aprenda quando "sente na pele", como no caso de “Os Doze Macacos” onde um vírus dizima a população mundial ou em caso de guerras nucleares destrutivas em futuros terríveis onde o final será o caos e a destruição, alguns exemplos de situações assim, podem ser observados em: “ V de vingança ”, do grande Alan Moore, ou “ 1984 ” de George Orwell ou o mais brilhante retrato de um futuro distópico “Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley.


Não tenho dúvida que o capitalismo vai ruir, é inevitável e quando acontecer vai ser uma crise como jamais vista, envolverá mortes, destruição em massa, algo que nos force a mudar abruptamente.


O dinheiro vai perder completamente o seu valor, os poderosos hão de cair, as pessoas passarão frio e fome. Será um longo e tenebroso inverno... Neste ponto o homem verá o mal que o dinheiro fez a si próprio e somente lá, no fundo do poço, chafurdado na lama que ele tomará consciência da ilusão do "ter" e deverá se reerguer sobre uma nova base do "ser". Uma nova sociedade formada por nichos, clãs, auto gestão, livre associada e horizontalizada.


Não existiriam classes, portanto não haveria luta de classes, não existiram privilégios, o nivelamento seria regido pela igualdade e de forma natural, se você é mais forte e alto do que eu, naturalmente, você pode ser melhor adaptado em alguns ambientes, mas não será melhor do que eu porque possui “sangue azul” ou alguém lhe gabaritou com algum título de nobreza.


As diferenças sociais não existiriam e não seria necessário o Estado, nem leis, nem nada do que conhecemos e achamos ser necessários para nos “controlar”, não precisamos ser controlados, avaliados, rotulados se quisermos voar, como já dizia a música de Raul Seixas, baseada no célebre livro de Pierre Joseph Proudhon: “ A Propriedade é um Roubo ” , onde discorre que quando existe exploração da força de trabalho por um semelhante, isso é definitivamente um grande roubo. Além disso, cada pessoa deveria comandar seus próprios meios de produção.


Ninguém tem o poder de mudar ninguém. E quando tentam, se tornam tiranos, as pessoas devem mudam por si só, quando se conscientizarem consciência de algo, mas, infelizmente, para a grande maioria a ampliação de consciência só ocorre quando caem no buraco cavado por eles mesmos.No caso, em minha singela opinião, uma paisagem desértica, com febris indivíduos taciturnos e uma sombra pairando sobre toda a humanidade como que indagando : “Como viemos parar aqui?”


Num misto terrificante de " Mad Max ", " Os doze Macacos ”, " Blade Runner " e “ Exterminador do Futuro ".





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