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HQ´S MEMORÁVEIS


Era uma tarde de sábado, como essa em que vos escrevo, que me recordo nostalgicamente de meu avô e nossas idas à banca de jornal que existia em uma avenida famosa da zona sul. Uma banca grande, típica dos anos noventa, onde existia um mundo de cousas para os adultos e era um paraíso para um jovem como eu que adorava HQ.


Meu avô me dava carta branca para escolher o que eu quisesse, menos revistas porn, obviamente, foi quando em meio a histórias de heróis da Marvel entre outras da DC (sempre apreciei mais ) foi que me deparei com uma capa sombria e muito bem desenhada onde mostrava um velho pistoleiro do oeste selvagem com uma cara de mau e alguns homens em escala menor em seus cavalos.

O ano era mil novecentos e noventa e seis e o título da revista era "Santo dos Assassinos", era perfeito, pois juntava meu apreço por sangue, bang-bang e cousas proibidas!

No velho e sujo Oeste do século XIX, surge uma lenda para aterrorizar toda a América. Uma história de vingança onde a violência, o mal e os palavrões imperam.Um caçador de recompensas aposentado do Velho Oeste, tenta manter uma vida normal e pacífica após descobrir o amor e as nuances de uma vida em família, quando sua esposa e sua filha adoecem, ele precisa percorrer uma distância enorme para buscar remédios, o que ele não imaginava eram os problemas que enfrentaria para retornar a tempo com a medicação.


Enviado ao submundo, sua alma gelada pelo ódio, consome as chamas do próprio Inferno, fazendo Lúcifer e o Anjo da Morte que jogavam cartas, pararem para ver quem era a alma que de tanto rancor conseguia tal proeza. É então que surge a oferta (após cena antológica de chibatadas sangrentas que o Diabo lhe impinge para tentar arrancar o seu “ódio do couro”) de uma nova oportunidade de fazer vingança. Ele ressurge na Terra como o “Santo dos Assassinos”.

Esta é uma história paralela da série Preacher, lançada em 4 edições entre Agosto e Novembro de 1996, trazida para o Brasil pela Editora Abril. A série genialmente escrita é uma co-criação entre o roteirista Garth Ennis (Hitman, Justiceiro) e do desenhista Steve Dillon (Justiceiro).


Outra belíssima recordação de tantas histórias memoráveis que eu tive a oportunidade de ler quando era um jovem e me recordo que meu primo mais velho e sempre idolatrado por mim, comprava quinzenalmente uma revista “estranha” de nome Sandman, onde os traços eram diferentes e o linguajar complexo para um menino de minha idade que preferia histórias da Marvel e DC mais comuns.


Eu via o selo “Vertigo” e tentava entender o que era tão interessante que fazia aquele rapaz barbado correr como uma criança a banca mais próxima para adquirir a nova edição.


Alguns anos mais tarde, fumando na garagem com ele, tive o relato da história mais impressionante e impactante que já havia tido contato, essa saga era Sandman, Deus do Sonhar e o protagonista dos Perpétuos na série de Neil Gaiman aclamada por todos.


Ele me narrou anos de HQ em um hora e meia de conversa e eu não conseguia parar de ouvir e imaginar cada quadro, até ele me emprestar sua coleção completa que li compulsivamente em uma semana.


Lembro que a saga que mais me cativou foi “Estação das Brumas” e nela o relato de Lúcifer abdicando de seu reino.Hoje tenho uma tattoo com a chave do Inferno, entregue por Lúcifer para Morpheus, na minha panturrilha direita.


Alguns anos e com a importância do personagem, surge o arco “Lúcifer” escrito magistralmente por Mike Carey com a supervisão do próprio Gaiman. Na história após abandonar o Inferno, ele vive em Los Angeles como um aposentado repensando sua existência, com um visual de David Bowie, ele toca piano e cuida de um club gótico estiloso.


Após receber uma visita indesejada, Estrela da Manhã adentra um labirinto de perigos cuja saída é a maior de todas as oportunidades. Para chegar ao outro lado, um sacrifício será necessário. A única questão que resta é quem será sacrificado.


Foi em Sandman, que Lucifer disse o seguinte sobre a humanidade:


“Eles me culpam por tudo (…).Mas eles são responsáveis pelos próprios atos, e se odeiam por isso.


Este volume reúne as edições 1 a 3 da minissérie “The Sandman Presents: Lúcifer” e as edições 1 a 4 da série Lúcifer.


Jennifer Lee, Scott Hampton, Mike Carey foram responsáveis por essa obra prima.





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