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BREAKING BAD


BREAKING BAD

O título desse texto se deve a um seriado de muito sucesso que terminou em dois mil e treze e a menos que você esteja fora da Terra nos últimos tempos, com certeza você já deve ter ouvido falar.


O termo segundo o ator principal Bryan Cranston, declarou numa entrevista:

“É uma gíria do Sul dos Estados Unidos que significa que alguém desviou-se do caminho correto e passou a fazer coisas erradas. E isto aplica-se tanto a um dado momento quanto a uma vida inteira."


O que dizer de uma série que o nome já é um emaranhado de interpretações, como a tipografia que durante os créditos iniciais são apresentados os símbolos químicos da Tabela Periódica em verde. Os elementos “Br” e “Ba”, o bromo e o bário. Diversas letras do crédito seguem essa tendência. Além disso, os créditos de abertura mostram a fórmula “C10H15N”, que é a fórmula molecular da metanfetamina, que indica que cada molécula contém dez átomos de carbono, quinze de hidrogênio e um de nitrogênio. A massa molecular desse composto, que é o número 149.24, também se repete durante a introdução.


A ideia extremamente original dessa série, onde um professor de química de secundaristas, numa vida chata, com uma esposa grávida e um filho com problemas motores. Para completar essa chatice toda, ele (que nunca fumou) descobre que possui câncer no pulmão, a cena que ele descobre isso, focando o olhar sobre a mancha de mostarda na roupa de um médico lambão, mostra o quanto ele recebe a notícia de modo absorto, pensando em algo trivial perante uma notícia que é praticamente um atestado de morte.


Isto poderia abalar qualquer pessoa, mas não Walter White ou melhor, “HEISENBERG”, nome utilizado pelo protagonista em dado momento da série e que remete a um grande físico teórico alemão que recebeu o Prêmio Nobel de Física em mil novecentos e trinta e dois.


Este outro nome utilizado por White, pode ser interpretado como um alter ego que em momentos de mostrar os "colhões", coloca seu chapéu preto e praticamente se transforma. A interpretação do ator e principalmente como ele se transforma ao longo da série é algo igualmente notável, em uma das passagens, o psiquiatra indaga:

“Por que fugir? Do que você fugiu?”


E ele responde:


“Doutor, minha mulher está grávida de sete meses de um filho que não planejamos. Meu filho de quinze anos tem paralisia cerebral. Eu sou um professor de ensino médio extremamente qualificado, que ganha quarenta e três mil dólares por ano. Eu assisti todos os meus colegas e amigos me superarem de todas as maneiras imagináveis e, dentro de oito meses, eu estarei morto. E você me pergunta porque fugir?”

Esse tipo de complexidade nos diálogos e a filosofia envolta nos temas presentes na série, fez com que eu sorvesse-a.


Fiquei relutante no começo, pois o pessoal falava demais sobre a série, achei que era tipo “Walking Dead” ou “Game Of Thrones”, que jamais passei perto e/ou muito menos me interessei. O primeiro contato que tive com Breaking Bad, foi quando passou na TV aberta dublado e quando vi o personagem principal, que eu recordava de um seriado cômico chamado: "Malcolm in the Middle", de cueca com uma arma na mão no meio do deserto, jamais imaginaria que seria o motivo do vício compulsivo durante os próximos três meses, nos quais degustávamos o seriado com um ritual próprio aos domingos a noite.


Sempre coloquei “Sopranos” como o seriado mais interessante que havia visto, seguido por “Six Feet Under” e “House” essa última concordo que perdeu o rumo nas temporadas finais.


No caso de Breaking Bad, fiquei abalado após o último episódio e definitivamente foi o final mais digno e justo de uma série perfeita, intocável e inabalável. Sem tirar nem pôr, sem exageros, simplesmente perfeita e dificilmente será superada por algo.

O que fiquei mais feliz com essa série, foi que minhas técnicas anti spoilers malditos obtiveram sucesso absoluto! Até o último minuto do último episódio não imaginava absolutamente nada do que iria ocorrer.


Fugi de jornais, revistas, sites especializados, entrevistas com os atores, toda e qualquer tipo de pessoa que citava a série eu mudava de assunto e nem falava que estava asssistindo para ninguém, as poucas pessoas que sabiam que eu estava assistindo, eu já avisava que iria cortar relações e/ou agredir se me contassem ou fizessem qualquer comentário do tipo:


"Nossa, tem uma cena muito bombástica, meu" ou "Você nem imagina o que acontece com o Mr. Fring".


Realmente abomino muito pessoas que fazem comentários ditos "inofensivos", eles são horríveis no mesmo nível dos spoilers malditos, pois acham que não estão falando nada demais, mas concordam que a mente de alguém que está vendo uma série viaja muito rápido com teorias, imaginações e tentando prever sozinho o que vai acontecer, qualquer comentário, por mais estapafúrdio ou sem conexão que possa parecer, já abala o andamento do meu raciocínio ou previsões acerca do seriado.


Fico pensando como dói deixar de lado um seriado após seu término, pois você começa a entrar no ritmo, a sentir os personagens e se sentir parte da trama mesmo, dá uma carência e um vazio após os fins de seriado. Como explicar esse vício e alegria a cada novo episódio?


Momentos que irei levar para o resto de minha existência, pois como disse WW para um homem após a quimioterapia:


“Todos nós nascemos com um atestado de morte, a vida toda é como se a gente olhasse exames para confirmar se vamos morrer agora ou depois..”

Podemos inferir sem sombra de dúvidas que no final das contas, nada é tão ruim que não possa piorar...







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